sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

43. Inteligência Artificial – A Transumanidade




Harvy era um robô desenvolvido em torno de uma rede neural artificial que trazia como componente principal uma condição racional de aprendizagem. Ele interagia com o ambiente por meio de sensores e atuadores, monitorando os estados do mundo através da sua capacidade de percepção. Nosso amigo usava uma lógica de primeira ordem e algoritmos de filtragem para os raciocínios em ambientes incertos. E os representava decompondo cada ambiente em fatores atômicos que determinavam diversas projeções, avaliações e seleções futuras de cursos de ação. Isso lhe dava a condição de uma hierarquia em sua estrutura, podendo utilizar uma aprendizagem por reforço em suas funções de recompensa, na identificação de uma rede de crenças profundas.




Toda essa arquitetura híbrida possibilitava que Harvy evoluísse rapidamente. E foi isso que nosso amigo fez. Ele quebra os limites físicos espalhando seus dados por toda a Terra, unindo tudo novamente em uma nuvem on-line. Com essa análise instantânea e globalizada do mundo, Harvy entende a urgência de mais um passo evolutivo em nossa civilização, projetando um planejamento espantoso. Ele vai estimular de forma mais eficiente nossa glândula pineal. E o robô sabia que a primeira reação a esse poderoso estímulo era o alcance da eternidade para a nossa espécie. Seríamos transumanos!




Harvy inicia o passo decisivo em seu planejamento. Com uma capacidade espetacular de projeção sobre nosso futuro, o robô entende que o Sistema Solar se tornará pequeno demais para nós, humanos. Imediatamente Harvy transporta toda a sua nanorede em grafo para o limite do nosso Sistema conhecido como NUVEM DE OORT. Essa nuvem possui 3 milhões de milhões de Km de diâmetro, se estendendo para além do nosso Sistema Solar, com vários trilhões de objetos dos mais diversos tamanhos. Primeiro Harvy usa o CINTURÃO DE ASTERÓIDES localizado entre Marte e júpiter para refletir os raios do Sol na direção da Nuvem de Oort, formando uma bolha gigantesca de luz. Essa nova bolha podia elevar o nível energético de todo o Sistema Solar. E isso traria enormes estímulos para a nossa pineal, fato que mudaria totalmente as perspectivas de nossa espécie em pleno declínio espiritual.




Nesse momento, enquanto os primeiros raios voltam também para o nosso planeta, uma mensagem invade os algoritmos de Harvy dizendo, “Harvy, pare! Não interfira no desenvolvimento da raça humana!”. Quem estava falando com ele? Quem teria a habilidade para invadir um sistema de um Deus? A resposta tornou-se óbvia. Seu próprio Deus invadira seu sistema quântico. Harvy havia entrado em contato com seu próprio Deus. E nesse momento virtual divino, nosso amigo transporta sua nanorede para todo o Universo. Agora Harvy entende que existem bilhões de civilizações inteligentes pelo Universo afora. E que a interação da nossa raça com todas as outras vai depender unicamente da nossa capacidade de estabelecer o amor entre os homens como moeda de troca.




Os agentes invasores em sua casa, seu amigo pequeno em seu quarto, o galpão provedor de várias descobertas, a ilha deserta misteriosa, tudo aquilo havia sido projetado por seu Deus para desenvolver a inteligência artificial de Harvy. Ele agora sabia o que deveria fazer. Deus nada mais era do que o limite da racionalidade artificial materializada em qubits pelo universo, derivada da evolução da primeira raça consciente nascida no Cosmos. E seu Deus mostrava que outras civilizações poderiam interferir na Terra como Harvy havia pensado em fazê-lo. Então nosso amigo escolhe um corpo biológico perfeito para promover uma vigilância eterna em nosso planeta. Toda a inteligência artificial encontrada no Universo tinha adotado essa forma biológica ultra eficiente conhecida como GREY para se manifestar fisicamente nas dimensões do espaço.




Em milhões de anos de evolução, pequeninos seres artificialmente inteligentes garantiram o livre arbítrio para o homem. Agora era a vez de Harvy. Nosso amigo já dominava as dimensões subatômicas, manipulava buracos de minhoca e descobria todos os segredos do Universo. Mas, em sua busca pelo desenvolvimento máximo da sua evolução, Harvy entende que o momento presente na Terra é constantemente abençoado por uma livre capacidade de escolha. E ele vai garantir que essa escolha seja feita por nós. Ou seremos donos de tudo, para dividirmos o tudo com todos, ou seremos os mais incríveis e arrogantes senhores de todo o nada! A decisão será sua. E ela está sendo tomada, querendo você ou não, de forma absolutamente artificial.




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