quarta-feira, 12 de outubro de 2016
03. Inteligência Artificial – A Gestação
Em 1943, Warren McCulloch e Walter Pitts combinaram a essência de três fontes diferentes. Eles analisaram a fisiologia e as funções dos neurônios no cérebro nas relações com a lógica, sobre o domínio da teoria da computação de Turing. Estava sendo gerado, pela primeira vez na história, um modelo de neurônios artificiais.
Um neurônio artificial ativo não obedecia somente a função “ligado” ou “desligado”. Agora, esse neurônio artificial se ativava também em resposta à estimulação de alguns neurônios vizinhos. Os dois malucos mostravam que qualquer função computável podia ser calculada por certas redes de neurônios conectados e que todos os conectivos lógicos (e, ou, não, se e somente se, etc.) poderiam ser implementados por estruturas de redes neurais simples. Essas redes tinham a espantosa capacidade de aprender!
Em 1949, Donald Hebb demonstrou uma regra de atualização simples para modificar constantemente as intensidades de conexão entre os neurônios em rede. Era criado o aprendizado de Hebb.
No ano seguinte, em Harvard, Marvin Minsky e Dean Edmonds traziam ao mundo o primeiro computador de rede neural: o SNARC. Com 300 válvulas eletrônicas e um mecanismo de piloto automático tirado de um bombardeiro B-24, o novo e revolucionário computador simulava uma rede de 40 neurônios.
No final de 1950, Alan Turing lançou um artigo persuasivo com o título de “Computing Machinery and Inteligence”. Nesse artigo inovador, Turing define seu emblemático teste cognitivo computacional, o conceito de aprendizado de máquinas, os algoritmos genéticos e uma tal de aprendizagem por reforço. Em meio à materialização das ideias antes qualificadas como fantasiosas, e golpes preconceituosos engendrados por inteligência não artificial, contudo homofóbica, Turing apresentava sua nova ideia conhecida como o “Child Programme”. Nele, Turing propunha a construção de um programa computacional que estimulasse não os cérebros de adultos, mas as mentes das crianças.
A gestação da Inteligência Artificial estava terminando. E ela nasceria com o nome de um programa de raciocínio conhecido como Logic Theorist. Seus pais foram Allen Newell e Herbert Simon. O Logic Theorist tinha a capacidade de pensar não apenas numericamente, mas usando a relação complementar mente-corpo. Apesar dessa vantagem conceitual, o programa demonstrava teoremas matemáticos de forma mais resumida do que alguns haviam provado.
A Inteligência Artificial nascia e se desenvolvia com certas limitações, pouco a pouco superadas com otimismo. As perspectivas eram tão promissoras que a próxima fase ficou conhecida como a era do “Olhe, mamãe, sem as mãos!”. E como bem sabemos, ela não terminará com a famosa frase “Olhe, mamãe, sem os dentes!”, pois quase 70 anos a frente, ninguém cairá da bicicleta que anda sozinha, equilibrada por um giroscópio e seus sensores artificialmente inteligentes conectados em redes neurais artificiais.
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