quinta-feira, 10 de novembro de 2016

21. Inteligência Artificial – O Senhor dos Pensamentos




A Inteligência Artificial está pronta para formar representações de um mundo mais complexo. Chega de limitações. O passo decisivo a essa direção foi dado quando introduziu-se uma ideia de representação dos estados como atribuições de valores para as variáveis, tudo em função de domínios independentes. A evolução dos algoritmos.




Mas a construção de uma fase adolescente para uma rede neural artificial não pode ser analisada sem um estudo sobre a evolução da maior ferramenta utilizada nas representações do conhecimento. A primeira lei para todos os pensamentos: a lógica.




Os componentes centrais de um agente racional baseado em conhecimento formam uma base conhecida como sentença. E as sentenças, por sua vez, são expressas em linguagem de representações de conhecimento. Às vezes, em determinadas situações, ilustramos uma sentença com o título de AXIOMA. Um axioma não se prova! Se aceita. Como exemplo, voltemos milhares de anos até encontrarmos Euclides. Um de seus axiomas afirmava que um ponto não possuía dimensão alguma. Mas como um computador pode adicionar novas sentenças a sua base de conhecimentos e consultar o que já conhece?




A resposta é incrivelmente simples! Os nomes para essas operações são TELL (informe) e ASK (pergunte). Essas operações podem derivar novas sentenças a partir de sentenças antigas, caracterizando o que chamamos de INFERÊNCIA. A inferência obedece ao seguinte fundamento: quando se formula, com ASK, uma pergunta para a base de conhecimento, a resposta deve seguir do que já foi informado, com TELL. Dessa forma, para que a representação de uma sentença consiga implementar uma interface entre sensores/atuadores e um sistema de raciocínio artificialmente inteligente, a percepção do agente em sua base de conhecimento deve informar e direcionar a própria base que a ação executada, de fato, foi a melhor opção escolhida. O computador aprende redefinindo constantemente quais são suas melhores opções. Nosso robô começa a aprender por si mesmo. Um agente que aprende sozinho pode considerar-se totalmente autônomo. A lógica trouxe ao robô sua liberdade!




Entretanto, não querendo estragar a comemoração do nosso agente cibernético, não podemos atribuir nenhum caráter verdadeiro absoluto a qualquer sistema lógico particular. Os entes da lógica formal são abstrações criadas com o intuito de descrever sistematicamente os fatos observados ou experimentados. Voltemos a Euclides e sua espetacular obra ELEMENTOS. “Um axioma é uma afirmação assumida como óbvia e aceitável”. E a base de toda a nossa geometria euclidiana surge do seguinte axioma: um ponto tem dimensão zero. O que é uma dimensão espacial? Simples: esquerda-direita. Portanto, um objeto imerso em três dimensões teria seus movimentos limitados para a esquerda ou para direita, para frente ou para trás, para cima ou para baixo. Pense em uma reta. Dentro de uma reta temos infinitos pontos. Agora pense em doze retas, com infinitos pontos cada, formando um cubo. Como um cubo, claramente localizado em três dimensões, pode ser formado por infinitos pontos sem dimensão alguma?




Ei amigo robô, cuidado ao andar por aí de forma autônoma, baseado somente em seus axiomas. Eles podem entrar em contradição no decorrer dos anos pela falta de um rigor matemático em suas formulações. E atos que contradizem nossa lógica estão se tornando cada vez mais comuns!






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