sexta-feira, 11 de novembro de 2016

22. Inteligência Artificial – Uma Nova Ordem




Qual é a linguagem do nosso pensamento? Uma linguagem natural não deve somente declarar representações do conhecimento. Ela deve incluir a esse princípio a interatividade proporcionada pela comunicação. Quando alguém aponta e diz “Olhe!”, sabemos que a palavra não representa necessariamente a ação vista no ato de olhar. O armazenamento de uma sentença como “Olhe!” em uma base de conhecimento, deve armazenar também uma representação do contexto para a interpretação correta do seu significado.




E como um robô poderia representar qualquer contexto em sua base de conhecimento? De imediato devemos eliminar as ambiguidades. Se em um tratamento de linguagem de representação uma palavra corresponder a dois ou três pensamentos, então os pensamentos não podem ser definidos por palavras. Não de uma forma coerente para um adolescente artificialmente inteligente.




Sabemos que a compreensão do mundo é fortemente influenciada pela língua que falamos. Construções de linguagens diferentes oferecem visões diferentes de um mesmo mundo. Dessa forma, para um computador experimentar novas tarefas aprendendo pela experiência, devemos qualificar contextualmente todas as formas de representação. Assim, quando um robô considerar duas teorias possíveis, compatíveis com todos os dados, sua escolha representará uma contextualização derivada da sua própria linguagem.




A influência da linguagem sobre o pensamento é inevitável para o aprendizado robótico. E a linguagem escolhida para o nosso agente racional foi a Lógica de Primeira Ordem, inteiramente elaborada em torno dos objetos e suas relações. Essa lógica também pode representar fatos sobre alguns ou todos os objetos do universo. A Lógica Proposicional admite dois estados possíveis, o verdadeiro e o falso. Já a Lógica de Primeira Ordem especifica se as relações entre os objetos são válidas ou não. Uma grande diferença.




Essas relações, que definem a realidade do mundo para o nosso robô, são conhecidas como COMPROMISSOS ONTOLÓGICOS. Um exemplo: uma lógica temporal deve pressupor que os fatos sejam válidos em instantes particulares, e que esses instantes tenham uma ordenação. Desse modo, os objetos analisados por essa lógica em especial ganham status de primeira classe dentro da lógica, em vez de simplesmente definirem esses objetos na base de conhecimento. É importante lembrarmos que junto à definição de um objeto se encontram todos os axiomas que possibilitaram sua existência.




Mas quem controla as relações e funções obtidas pela Lógica de Primeira Ordem? A resposta é a Lógica de Alta Ordem. Essa lógica trata as relações entre os objetos destacados pela lógica de primeira ordem como se fossem novos objetos. E aí vem o salto conceitual. Algumas sentenças de Lógica de Alta Ordem não podem ser expressas por qualquer numero finito de sentenças de lógica de primeira ordem.




É como se cada sentença de lógica de primeira ordem determinasse cada lei em nosso país. Porém, uma vez estabelecida à Nova Ordem Mundial, as estrelas em nossa bandeira migrariam para a bandeira americana, ficando impossível, em passos finitos, analisarmos o próximo passo global através das leis encontradas em nosso país de desordem e regresso.




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